quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Dimensão Discursiva da Filosofia - Treino

A Pensar morreu um Burro
A televisão entrou-nos pela barraca adentro. Com o nosso consentimento, para nosso deleite. (...) Tudo chega explicadinho, pronto a digerir, assimilar ... e esquecer. (...)
O pensamento precisa de tempo. O pensamento crítico ainda de mais tempo. Uma estreita relação estabelece-se entre pensamento e velocidade. Ora o nosso tempo é rápido e fugaz. Tempo é dinheiro. Não pensar é dinheiro. Mais do que nunca. E os meios de comunicação de massas aí estão para nos poupar tempo e trabalho. E até dar dinheiro. Muito dinheiro.
Na televisão (...) os programas de entretenimento ocupam, de forma quase exclusiva, o horário nobre, deixando para esconso horário "plebeu" os programas de informação ou os programas científicos, quando existem. O "prime-time" não é para pensar. É para não pensar. E, mesmo nos programas de informação, os canais de televisão nunca se esquecem de convidar o "especialista", aquele que sabe tudo sobre o tema e que explica bem e depressa. E o mérito está precisamente nestes "fast-thinkers" que pensam rápido, pensam por eles e para todos. O que pressupõe que os receptores, em última instância, não pensem. Fazem-nos esse favor. O fenómeno está a tornar-se universal. (...).
Mas, mesmo que a pensar morra um burro, nós precisamos de pensar para não morrer. O que de melhor a humanidade produziu foi pensando bem que o fez. A História disso faz periodicamente o balanço. Pensar é preciso.
José Alberto Quaresma http://criticanarede.com/fil_apensarmorreu.html
Exercite as suas competências discursivas: 1 - Diga qual é o tema do texto. 2 - Apresente a tese do autor. 3 - Enumere os argumentos em que o autor sustenta a sua tese. 4 - Considera que o título está adequado ao texto? Justifique.