quinta-feira, 22 de maio de 2008

Futebol ... até o Rawls!

"Suponhamos que, num futuro não muito distante, deixa de haver oferta de árbitros de futebol. (Imaginemos que, desiludidos com os insultos que lhes são dirigidos pelos jogadores, passam a dedi­car-se todos ao tiro com arco.) Para muitos jogos, toma-se impossível descobrir um árbitro neutro. Suponhamos que foi isto o que se passou no jogo entre o Benfica e o Futebol Clube do Porto e supo­nhamos também que o único árbitro qualificado a assistir ao desafio é o presidente do Benfica.
Compreensivelmente, o Futebol Clube do Porto não aceita a proposta de que seja ele a arbitrar o jogo. Contudo, a Federação Portuguesa de Futebol sabe que este problema surge de tempos a tem­pos e, por isso, inventou um fármaco. Quando tomamos esta substância, a nossa conduta é perfeita­mente normal, com excepção de um aspecto: temos uma perda muitíssimo selectiva de memória. Deixamos de ser capazes de dizer qual o clube de futebol de que somos presidentes (e também não conseguimos ouvir qualquer pessoa que tente recordar-nos). Tendo tomado o fármaco em questão, como iria o presidente do Benfica arbitrar o jogo?"


J. WolP' Introdução à Filosofia Polítú:a, Gradiva, lisboa, 2004, págs. 223-224 (adaptado)

1- Responda à questão que é colocada no final do texto.
2- Com base neste texto, explique o que é que Rawls entende por Posição Original.

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