quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Aprendizes de Filósofos

«Seja a filosofia para o aprendiz de filósofo, não uma pilha de conclusões adop­tadas, e sim uma actividade de elucidação dos problemas. É esta actividade o que realmente importa, e não o aceitar e propagandear conclusões
António Sérgio, in Problemas da Filosofia de Bertrand Russell, Coimbra, Arménio Amado-Editor, 1974, pp. 7-10.

António Sérgio deu-nos o mote.
Agora é a nossa vez.
É aqui que vamos debater aquelas questões que dão que pensar... ou pelo menos que falar ...

Então cá vai a primeira:

Qual a utilidade da Filosofia?

Como sabes, comemorou-se no dia 15 de Novembro o Dia Internacional da Filosofia, proclamado pela UNESCO.
“[...] A filosofia é uma ‘escola da liberdade’ [...], uma escola da solidariedade humana. [...] O ensino da filosofia contribui para a formação de cidadãos livres.” (UNESCO, Dezembro, 2004)

Se é tão nobre a finalidade da Filosofia, porque é que ela é alvo constante de agressões tão cruéis? Não é ela a "ciência" com a qual e sem a qual nós ficamos tal e qual?

Em que é que ficamos, meninos?

25 comentários:

Susana Pinto disse...

vamos lá filosofar

Anônimo disse...

O que é a Filosofia??

Bem,

Para René Descartes, significa o estudo da sabedoria.

Para Thomas Hobbes, é o conhecimento causal e a utilização desse em benefício do homem.

Para Immanuel Kant, é ciência da relação do conhecimento à finalidade essencial da razão humana, que é a felicidade universal; portanto, a Filosofia relaciona tudo com a sabedoria, mas através da ciência.

Para John Dewey, é a crítica dos valores, das crenças, das instituições, dos costumes, das políticas, no que se refere seu alcance sobre os bens ("Experience and Nature", p. 407).

Para Johann Gottlieb Fichte, é a ciência da ciência em geral.

Para Auguste Comte, é a ciência universal que deve unificar num sistema coerente os conhecimentos universais fornecidos pelas ciências particulares.

Para nós alunos, é mais uma dor de cabeça.

Anônimo disse...

A filosofia é uma dor de cabeça.

Mas isso é óptimo! Quer dizer que dá que pensar e oferece alguma luta...

Na era do facilitismo em que tudo é "oferecido de bandeja", encontrar algo que nos estimula intelectualmente só pode ser vantajoso. É assim Marta?

Anônimo disse...

Eu sei que isto já foi referido em inúmeras aulas mas não deixa de ser uma verdade inquestionável: a filosofia é extremamente útil para nós, seres humanos, pois é uma arma essecial para o combate a dogmas que estão enraizados na mente da nossa sociedade. E a filosofia questiona o inquestionável, segundo estas verdades absolutas, e é por isso que é considerada uma arma tao poderosa.
Para além disto, a filosofia é fulcral para o nossa evolução pessoal e intelectual e desenvolve a nossa capacidade de raciocínio e a interpretação de problemas.

Anônimo disse...

Em resposta ao anónimo...

Se virmos as coisas por essa prespectiva, admito que estão correctas.

Mas exatamente nesse mundo de facilitimos, onde tudo nos é dado, sem grande esforço, pensar, torna-se um estimulo intelectual, mas não só.

Continua a ser uma grande dor de cabeça.

Susana Pinto disse...

Coloquemos a seguinte hipótese: se a filosofia não fizesse parte do currículo obrigatório do ensino secundário, será que eramos todos intelectalmente menos desenvolvidos?

Anônimo disse...

Uma questão bem colocada.

Provavelmente até seriamos, desde que houvesse outra disciplina a substituir a filosofia.

Claro que o desenvolvimento que teriamos não seria tanto a nível intelectual abstracto, mas mesmo assim isso não impediria o desvolvimento em si.

Anônimo disse...

Ps. a frase correcta é: "Provavelmente até não seriamos, desde que houvesse outra disciplina a substituir a filosofia."

Anônimo disse...

Em resposta à hipotese da stora Susana:

Em primeiro lugar tudo depende do que se entende por desenvolvimento
intelectual?
Cada pessoa é desenvolvida intelectualmente numa determinada àrea, não querendo dizer que esta não seja bem sucedida em outras áreas.
A filosofia é um estimulo ao nosso raciocinio, funcionando como um despertador que nos alerta para o que nos rodeia.Sendo assim, se tal acontece-se, a escola não estaria a desempenhar corretamente o seu papel que é, sem sombra de dúvidas, estimular e desafiar os seus alunos a passar para além
dos seus conhecimentos...

Anônimo disse...

A filosofia pode parecer chata, mas se não filosofar-mos, pensarmos não conseguimos organizar a nossa vida de modo conveniente, porque o importante nãp é a sua definiçao mas a sua utilização.

Anônimo disse...

Qual a definição de liberdade? Somos livres ou "prisioneiros" de nós próprios?

Anônimo disse...

do Lat. libertate


s. f.,
faculdade de uma pessoa poder dispor de si, fazendo ou deixando de fazer por seu livre arbítrio qualquer coisa;

gozo dos direitos do homem livre;

independência;

autonomia;

permissão;

ousadia;

(no pl. ) regalias;

(no pl. ) privilégios;

(no pl. ) imunidades.

(extractos de um dicionário)

Como se tem vindo a debater nestas últimas aulas, nós como ser humanos somos livres. Temos capacidade de pensar e tomar as deciões que bem entendermos. Somos livres.

Mas por outro lado, cada actitude que tomamos é condicionada pela nossa maneira de pensar, pelo nosso carácter, pela maneira como fomos educados, enfim, por uma série de condicionantes. E sendo assim, não somos livres.

Pergunto então, será que algum dia conseguiremos ser realmente livres?

Anônimo disse...

Em resposta à Marta Leal:

Sinceramente, penso que não. Estará sempre connosco a nossa moral, que vai sempre condicionar a maneira como interpretamos as situações e, consequentemente, a maneira como agimos. Logo, penso que nunca poderemos realmente sentir a liberdade na sua expressão máxima.

Susana Pinto disse...

E o que é que seria a liberdade na sua expressão máxima? Fazer tudo o que nos apetecesse? E isso seria ainda liberdade? E nós, seriamos humanos ou deuses?

Olá Lena! Gostei daquela do despertador. Sócrates ficou conhecido como «O mosquito»... aquele que, com uma picadela, acorda as mentes adormecidas.

Anônimo disse...

Na minha opinião, liberdade na sua expressão máxima é agir sem se estar preso a nada, ou seja, é agir sem olhar a consequências ou represálias. No entanto, poderei estar errado, e realmente, não existir uma expressão máxima de liberdade. É tudo uma questão de interpretação.

Susana Pinto disse...

Olá Abruzzi!
Estás a tocar numa questão importante que é a de saber se há liberdade sem responsabilidade. A responsabilidade pressupõe a capacidade de responder pelos nossos actos, suportando-lhes as consequências. E isto valçe tanto para o bem ... como para o mal.

Anônimo disse...

para john abruzzi


depende daquilo a que estejas habituado a optar e da sua personalidade!
ninguem consegue ser totalmente livre, pois para sermos totalmente livres teremos de ter sempre todas as escolhas que o nosso pensamento mais remoto consiga atingir, mas como somos todos os dias retringidos a um leque menor de escolhas, as nossas decisões ficam muito limitadas.

Mas, se compararmos o nosso compurtamento com o de outros animais, reparamos que somos praticamente livres. porque enquanto que um ser humano tem pelo menos duas hipoteses quase sempre em causa, os animais nao, estando eles programados pela natureza, assim agem por instinto e nao porque querem fazer isso.

Anônimo disse...

Então estás a afirmar que os animais são livres?

Anônimo disse...

para john abruzzi


Não!
Se nós nos comparamos com os animais verificams que somos plenamente livres, pois não estamos programados pela natureza como eles.
Na minha opinião os seres humanos são livres, só que de vez em quando temos certas limitações de escolha!

Anônimo disse...

Concordo contigo, excepto no pormenor do "de vez em quando". Na minha opinião, tudo o que nós fazemos está sempre limitado seja por que factor for, e por isso é que nunca iremos ser completamente livres.

Anônimo disse...

Para mim só de vez em quando somos livres, pois nós conseguimos ter swempre liberdade para optar, agora estamos presos a nossa maneira de ser, se somos orgulhosos, corajosos... e se para nós a dignidade, os deveres morais contam para a nossa escolha. É isto que os animais "irracionais" têm de diferente de nós seres humanos "racionais".

Anônimo disse...

Uma acção que é sempre condicionada não a considero uma acção livre.

Anônimo disse...

Tens razão... As nossas acções nem sempre são livres, enquanto que as nossas decisões são-o.

Anônimo disse...

Estás a dizer então que todas as nossas decisões são livres, mas quando agimos e transforma-mos as nossas decisões em acções, estas não o são?

Anônimo disse...

Nós perante uma decisão temos empre opção de escolha, mesmo que as consequências possam ser negativas. A nossa maneira de pensar para decidirmos é que está condicionada!