Objectivo e aplicação deste exercício: ....
Benjamin Franklin (Boston, 17 de Janeiro de 1706 — Filadélfia, 17 de Abril de 1790) foi um jornalista, editor, autor, maçom, filantropo, abolicionista, funcionário público, cientista, diplomata, inventor e enxadrista ianque, que foi também um dos líderes da Revolução Americana, e é muito conhecido pelas suas muitas citações e pelas experiências com a electricidade.Fonte:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Benjamin_FranklinSe os animais se comem uns aos outros, por que razão não devemos comê-los? Perderíamos chamar a este argumento «a objecção de Benjamin Franklin». Franklin conta na sua Autobiografia que foi durante um certo tempo vegetariano; mas a sua abstinência de carne terminou quando viu alguns amigos a prepararem-se para fritar um peixe que tinham acabado de fritar. Quando abriram o peixe, descobriram que tinha no interior peixes mais pequenos. «Bem», disse Franklin para si mesmo, «se vocês se comem uns aos outros, não vejo por que motivo não vos podemos comer» e começou a fazê-lo.
Franklin era pelo menos honesto. Ao contar esta história confessa que só se convenceu da validade desta objecção quando o peixe já estava na frigideira e cheirava «admiravelmente bem»; e observa que uma das vantagens de ser uma «criatura racional» é que se pode encontrar uma boa razão para tudo aquilo que se quiser”. As respostas que se podem dar a esta objecção são tão obvias que o facto de Franklin a ter aceitado são mais reveladoras do seu gosto por peixe frito que dos seus dotes de raciocínio. Para começar, a maioria dos animais que matam para comer não seriam capazes de sobreviver, se não o fizessem, ao passo que nós não temos necessidade de comer a carne dos animais. Além disso, é curioso que seres humanos, que normalmente pensam que o comportamento dos animais é «animalesco», usem um argumento, quando lhes convém, que implica que devemos procurar orientação moral nos animais. No entanto, o aspecto mais decisivo é que os animais não humanos não são capazes de considerar as alternativas de que dispõem ou de reflectir na ética da sua alimentação. Dá que seja impossível responsabilizar ao animais por aquilo que fazem ou julgar que, por causa das mortes que provocam, «merecem» ser tratados do mesmo modo. Quem lê estas linhas, por outro lado, tem de ter em consideração a justificação dos seus hábitos alimentares. Não podemos fugir s responsabilidades imitando seres que são incapazes de fazer essa escolha.
P. Singer, Ética Prática, Gradiva, Lisboa, 2000
1. Diga qual é o tema do texto.
2. Formule, sob a forma de uma questão, o problema tratado no texto.
3. Enuncie o argumento de Benjamin Franklin.
4. Apresente a tese de Peter Singer.
5. Sintetize os contra-argumentos apresentados por Singer.