segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Teorias Sobre o Livre-Arbítrio: Caso Prático

«0 que tem este rapaz a ver com o crime que cometeu? Ele não foi o seu próprio pai. Não foi a sua própria mãe. Não foi os seus próprios avós. Tudo o que é foi-lhe transmitido. Ele não se fez a si mesmo nem criou as circunstâncias em que foi educado. Sei que uma de duas coisas aconteceu a Richard Loeb: Que o seu terrível crime já estava inscrito em si e veio de algum antepassado ou foi determinado pela educação recebida depois de ter nascido. Pensar que alguma pessoa é responsável pelo que é ou pela educação que recebeu é uma ideia absurda que nenhum juiz deve hoje em dia aceitar.»
Clarence Darrow, The Leopold and Loeb Trial

1. Identifique a teoria sobre o livre-arbítrio defendida no texto. Justifique a sua resposta.
2. Imagine que é o advogado de defesa do rapaz mencionado no texto.
Escreva um texto de defesa do rapaz, assumindo a tese:
a) determinista;
b) compatibilista
3. Concorda com o conteúdo da última frase do texto? Justifique.


Deixa aqui as tuas propostas de resolução.

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Um comentário:

Susana Pinto disse...

1.A teoria é o Determinismo Radical.
•O comportamento humano (neste caso, o crime) resulta necessariamente de uma série de causas biológicas (progenitores e antepassados) e contextuais (educação recebida); integra, portanto, uma cadeia causal;
•Em função das causas apontadas, o rapaz não poderia ter tido outro comportamento (efeito);
•O facto de se tomar como absurda a responsabilidade do ser humano na sua própria construção, sugere que o autor nega o livre-arbítrio e a capacidade de o ser humano ser um agente activo, livre e responsável.


2.a)
Ex.mo Sr. Juiz:
- Este rapaz não é moralmente responsável pelo crime que cometeu. V.ª Excelência deve ter em conta que este rapaz não tinha maneira de controlar o seu comportamento, pois nem ele nem ninguém tem livre arbítrio para o fazer. Este pobre rapaz é vítima do seu passado! Quer V.ª Excelência dissuadir outros crimes à custa do exemplo deste rapaz? Ou prendê-lo como medida preventiva? Acha V.ª Ex.ª que o comportamento deste rapaz poderia ter sido diferente? Certamente que não poderia!
b) Esta resposta deve ser construída nos mesmos moldes da alínea anterior, aplicando as teses do Compatibilismo.

3.Cada aluno dirá se concorda ou não, justificando devidamente.
Por exemplo:
Poderá dizer que o ser humano é responsável “por aquilo que é”, justificando com o conceito de livre-arbítrio, com a possibilidade de agir de modo diferente e com a ideia de responsabilidade.