Certos homens amarrados
Sujeitos à escuridão
Nem o pescoço viravam
Prisioneiros eles são.
Atrás deles está o muro
Que os proíbe de ver
Algo sólido e real
Pessoas a conviver.
A fogueira que ardia
Era a luz que projectava
Tudo o que lá havia
Tudo o que lá passava.
Era o eco que falava
Que ouvia os seus medos
E era a sombra que lá estava
Que guardava os seus segredos.
Certa vez há uma saída
De um certo prisioneiro
Que ganhara a liberdade
Deste modo, o primeiro.
Renasceu da ignorância
De um buraco tenebroso
Agora o sol lhe iluminava
Um caminho para si novo.
A força dos hábitos adquiridos
O impedia de olhar
Para o que existia
E o fazia duvidar.
Mas aos poucos as lembranças
Da caverna e das correntes
Foi um pouco apagada
Por novas formas e gentes.
Foi este o conhecimento
Que o Sol lhe transmitiu
E assim ele percebia
Como tudo existiu.
Vendo a sua condição
lamentava os amigos
Pois ele estava em liberdade
E os outros estavam cativos.
Por causa daquelas trevas
Da caverna escura e fria
Preferia viver pobre
Que voltar à agonia.
Mas se ele lá voltasse
E visse o que se passou
De certeza que diria
Que ali nada mudou.
Nisto os outros presioneiros
Ouvindo o que ele dizia
Já não queriam vir para fora
Pois nem o esforço valeria.
E se eles fossem soltos
Dúvidas não restariam
Que apanhavam o pobre homem
E mais tarde o matariam!
Joel
20 sombras
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domingo, 30 de dezembro de 2007
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